quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Triste classe média brasileira!

Quando se fala em educação, olha-se sempre com desprezo para os mais humildes, como se esses fossem um modelo, um modelo daquilo que há de pior em termos de conhecimento, comportamento, postura, capacidade de formar opinião e assim por diante. Pois bem, em dois eventos esportivos testemunhei o contrário. Vi, estarrecido e indignado, em plena cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos do Rio (um momento de celebração pela grande conquista brasileira), as vaias dirigidas ao Presidente Luis Inácio Lula da Silva. Senti-me indignado mas não por ver minha opção político-partidária sendo vaiada, mas sim pela ofensa à instituição da Presidência da República. Ao expor naquele momento sua cólera, e daquela forma, a classe média brasileira expôs também sua incapacidade de compreender que, somente valorizando as instituições é que elas passarão a ser devidamente respeitadas, exercendo a devida pressão e animando o senso de responsabilidade sobre quem por ventura venha ocupar cargos em um dos poderes da República. No mesmo Panamericano fiquei horrorizado ao ver a torcida vibrando com o insucesso de um ginasta que ao levar um tombo perdeu a medalha para um atleta brasileiro, demonstrando pouco respeito com quem igualmente se preparou para tal competição e se dedicou para oferecer um espetáculo ao público presente. Já no domingo (dia 02/11/08), assistindo e torcendo pela vitório do brasileiro Felipe Massa voltei a me sentir envergonhado. Não por ser brasileiro, mas por ser testemunha mais uma vez da falta de respeito para com quem foi responsável direto pelo espetáculo; no mínimo uma indelicadeza com quem arrisca a vida na busca da glória a trezentos quilômetros por hora. Ao vaiar e xingar o campeão da atual temporada o inglês Lewis Hamilton, pessoas que pagam cerca de oitocentos reais para assistir o evento naquele setor da arquibancada ou até oito mil reais para visitar o “padock” demonstraram não ter o mínimo de decência, respeito e bom senso para reconhecer que a conquista do inglês é puramente fruto de mérito. Aos campeões, os gregos ofereciam coroas de louros, reconhecimento, glórias e um lugar na história. Nossa classe média alta oferece a vigésima letra do nosso alfabeto de forma contínua, monótona e desrespeitosa.

2 comentários:

Raaah ;) disse...

Meu Deus! Te achei por blogs, fui sua aluna a anos atras.. Raquel ;)
Beijos prof =)

Blog do Professor Giovanni disse...

Depois de tempos, resolvi dar uma olhada em meu quase ex-blog. Pra minha surpresa, olha quem postou um comentário!

Raquel, dei uma olhadinha em seu blog. Adorei os textos e o estilo sarcástico.

Beijos