sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Saudades da Lady Laura...

Na minha infância e juventude ficava extremamente incomodado com as músicas que minha mãe ouvia. Agepê, Wando, Neguinho da Beija-Flor, Roberto Carlos - entre outros - eram presenças certas na vitrola lá de casa.
Quando eu parava para ouvir as minhas, ou minha irmã as músicas dela, mamãe mandava logo: tira logo essa música esquisita, essa barulheira...; tudo no maior respeito (mas em voz altíssima, é claro).
Hoje, quando ouço essas músicas "high tech", “techno”, sei lá, mais parece um bate-estaca, me sinto incomodado, irritadado. Na verdade, não consigo utilizar outro termo para me referir a este estilo de (pseudo) música senão MERDA! Isso mesmo, MERDA! Música que não diz nada, não faz rir, não faz chorar, não faz refletir, não dá tesão...e não faz nem pular, o pessoal só balança. Ela é completamente estéril (conferir o verbete no Dicionário Aurélio). Aquela batida repetitiva, que só não é monótona por ser irritante demais.
Mamãe, coloca o disco do Rei, vai...

Está faltando mal humor!


Está faltando mal humor!

Até quando o brasileiro vai sustentar o rótulo de povo pacífico e bem humorado. Não dá para continuar sustentando este título ao mesmo tempo em que todas as mazelas (que sempre existiram) são expostas como numa erupção vulcânica, com toda a sua força, causando espanto e perplexidade.
Não devemos aceitar mais este tipo de postura, pois, assim, perpetuaremos a aceitação passiva deste tumor maligno que já nos consome há séculos.
É incabível e inadequado tratar a corrupção, este fenômeno danoso de forma tão relaxada. Chega de tratar cada caso de não punição de criminosos, ladrões de nosso dinheiro, de nossa dignidade, de nosso bem estar como “pizza” ou “marmelada”. Isso é eufemismo, e isto, é a última coisa que necessitamos. Tem que haver dureza, mal humor, irritação, impaciência, inquietação, revolta. Em fim, INTOLERÂNCIA.
No dia 11 de fevereiro de 2007, uma matéria do Fantástico fazia uma comparação entre os salários e benefícios do judiciário e legislativo. Tudo com charges bem humoradas, engraçadinhas. Deveriam é realizar a tal matéria em tom de indignação, descontentamento, e não aquela matéria de mentirinha, só para constar, mas que de prático, não resolve absolutamente nada.
Nos acostumamos a ver nossas tragédias sociais e políticas como coisas comuns, ou simplesmente, e-n-g-r-a-ç-a-d-a-s.
Clamo a todos que lerem este breve e pretenso texto, a colaborarem com a missão de tornar nosso país mais chato. Pelo menos em relação aos nossos políticos.
Faça parte deste time de forma ativa e persistente. Escreva um texto. Exponha suas idéias. Externe seu ponto de vista.
Que leve quanto tempo for necessário. Esta tarefa é difícil, mas nossos filhos e netos agradecerão a herança saudável, resultante de nossa atitude.
Espero a sua colaboração.

Um abraço,